Área Respiratória
Asma
A asma é uma doença heterogénea, geralmente caracterizada pela inflamação crónica das vias aéreas. É definida por uma história de sintomas respiratórios como pieira, falta de ar, aperto no peito e tosse que varia ao longo do tempo e em intensidade, juntamente com uma limitação variável do fluxo expiratório1.
A asma é um problema de saúde global que afeta todos os grupos etários, que afeta cerca de 300 milhões de indivíduos em todo o mundo2. Em Portugal, a asma afeta cerca de 700 mil portugueses (6,8% da população) e cerca de 175 mil crianças e adolescentes (8,4% das crianças)3.
Apesar da asma ser uma doença crónica comum e potencialmente grave, pode ser efetivamente tratada e a maior parte dos doentes consegue atingir um bom controlo da sua asma. Quando a asma está bem controlada, os doentes podem:
- Evitar sintomas incomodativos diurnos e noturnos;
- Necessitar de pouca ou nenhuma medicação de alívio;
- Levar vidas produtivas e fisicamente ativas;
- Ter uma função pulmonar normal ou quase normal;
- Evitar exacerbações (crises) graves de asma.
Em Portugal, no entanto, estima-se que cerca de metade dos doentes asmáticos não tem a sua asma controlada (51% das crianças e 43% da população geral). Adicionalmente, entre os doentes com asma não controlada, 9 em cada 10 têm uma perceção errada acerca do estado de controlo da sua doença, o que dificulta a procura de melhor tratamento. Por outro lado, a adesão inadequada ao tratamento regular e contínuo da asma, bem como uma incorreta utilização dos dispositivos inalatórios, contribuem para a dificuldade no controlo da doença3.
Referências:
1. Global Initiative for Asthma. Global Strategy for Asthma Management and Prevention, 2020. Disponível em: ginasthma.org
2. Global Initiative for Asthma. Asthma Management and Prevention for adults and children older than 5 years. A pocket guide for health professionals, updated 2020. Disponível em: ginasthma.org
3. Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica. O Dia Mundial da Asma 2019 terá como tema “Stop para a asma”. Disponível em: https://www.spaic.pt/noticias/dmasma2019
Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica
A doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) é uma doença comum, prevenível e tratável, que se caracteriza por sintomas respiratórios e limitação do fluxo aéreo persistentes devido a alterações das vias aéreas e/ou alveolares, geralmente causadas pela exposição significativa a partículas ou gases nocivos. Os sintomas respiratórios mais comuns incluem dispneia, tosse e/ou produção de expetoração; no entanto, estes sintomas podem ser subnotificados pelos doentes1.
O principal fator de risco para DPOC é o tabagismo, embora outros tipos de exposição ambiental (como a poluição atmosférica) também possam contribuir1.
A DPOC é uma das três principais causas de morte a nível mundial, bem como uma causa muito relevante de morbilidade crónica, sobretudo pela sua associação a doenças crónicas concomitantes significativas1.
A destruição das superfícies responsáveis pelas trocas de gases no pulmão (alvéolos), uma de várias alterações estruturais presente em doentes com DPOC, é denominada “enfisema” (conceito patológico), ao passo que o conceito clínico “bronquite crónica” corresponde à presença de tosse e expetoração durante pelo menos 3 meses em cada um de dois anos consecutivos1.
A prevalência da DPOC em Portugal está estimada entre os 5,34% (35-69 anos de idade e os 14,2% (idade ≥ 40 anos). No entanto, dados de um estudo recente realizado em Portugal apontam para um subdiagnóstico da DPOC e/ou uma potencial baixa adesão à terapêutica dos doentes diagnosticados, dado que a prevalência da população portuguesa sob tratamento para DPOC foi calculada em apenas 1,89%2.
Referências:
1. Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease. Global Strategy for the Diagnosis, Management, and Prevention of Chronic Obstructive Lung Disease, 2021. Disponível em: goldcopd.org
2. Fundação Portuguesa do Pulmão. DPOC em Portugal – prevalência de tratamento. Disponível em: https://www.fundacaoportuguesadopulmao.org/publicacoes/conteudos/dpoc-em-portugal-prevalencia-de-tratamento/
